Apresentaçao da Equipa de Ciclismo Carlos Carvalho

A época de 2011 é de viragem na Associação de Ciclismo de Pousada de Saramagos-Escola de Ciclismo Carlos Carvalho. A colectividade está a atravessar um processo de reestruturação, após a rotura com dois elementos da equipa técnica, que levou à saída prematura de alguns dos seus melhores valores.
Os dirigentes falam em traição e acusam os antigos elementos de quererem acabar com um projecto que surgiu em 2007, em jeito de homenagem a Carlos Carvalho, um dos mais importantes ciclistas nacionais.
«Ao fim de cinco anos de actividade tivemos que recomeçar praticamente de novo» diz Lourenço Oliveira, presidente da assembleia geral da colectividade,  e sócio fundador, adiantando que a associação foi surpreendida pela forma como a maioria dos ciclistas decidiu abandonar a equipa, seduzidos por antigos responsáveis que assumiram compromissos com outras equipas, sem dar conhecimento à associação.
O dirigente confessa que ao longo da última época pessoas externas à colectividade alertaram para o que se estava a passar, mas não foi dado o devido crédito, até porque «era gente da terra, que foi ciclista e que sempre nos incentivou a avançar com uma associação desta natureza».
Afirmando desconhecer os motivos que os levaram a tomar essa atitude, Lourenço Oliveira relata que no final da época passada a Associação de Ciclismo de Pousada de Saramagos foi surpreendida com as sondagens de que estavam a ser alvo os seus melhores atletas para representar outras equipas.
«Por motivos que desconhecemos e que ninguém conhece na perfeição, a desconfiança veio a concretizar-se e levaram daqui alguns dos nossos melhores valores e tentaram esvaziar e destruir a associação», lamenta o dirigente, adiantando que isso faz com que esta temporada a colectividade apresente um número mais reduzido de ciclistas nas suas fileiras.
Hoje são cerca de uma dezena, contra os 30 da época transacta. Mesmo assim, a colectividade fez um esforço para estar representada em todos os escalões, nomeadamente em cadetes, juvenis, iniciados e «Ainda temos bons atletas, mas com os que aqui estavam estaríamos muito mais fortes. Por isso, ao fim de cinco anos estamos a recomeçar de novo, mas vamos surgir ainda mais fortes», sublinha.
A equipa foi apresentada ao início da tarde do passado sábado e, polémicas à parte, Filipe Carvalho, que agora acumula a direcção técnica com a presidência da direcção da colectividade, assegura que a Escola de Ciclismo Carlos Carvalho vai sobreviver a esta tentativa de destruição. «Iremos fazer tudo o que for possível  e que estiver ao nosso alcance para manter viva esta associação», declara.
No arranque para a nova temporada, a Associação de Ciclismo de Pousada de Saramagos surge com os olhos postos na revalidação do título de campeã regional. «Vamos tentar fazer o melhor possível, participar em todas as provas a nível nacional e a nível regional, queremos continuar a vencer como vem acontecendo desde 2008», refere Filipe Carvalho, convicto de que os resultados vão aparecer.
A prova de abertura aconteceu em Fafe e os resultados foram positivos, embora a equipa esteja ainda numa fase de adaptação, na medida em que muitos ciclistas transitaram de escalão. «Essa transição requer sempre algum tempo de adaptação e a todo o tempo teremos a equipa na máxima força».
Deixando uma palavra de apreço à antiga direcção e a todos os que têm contribuído para engrandecer a colectividade, Filipe Carvalho afirma que a associação tem tido um trajecto positivo. «Temos dado passos pequenos, mas seguros e concretos», diz, acrescentando que a formação continua a ser o propósito da associação, até porque não existem meios para ir além disso. «As condições são as possíveis e temos procurado manter a estrutura», afirma, referindo que o orçamento de cada época ultrapassa os 10 mil euros.
Os apoios são cada vez mais escassos, por isso, esta temporada a associação passou a cobrar uma jóia aos atletas, uma medida que foi bem aceite pelos pais. «É um pequeno contributo, que caiu bem junto dos pais e para nós representa uma grande ajuda», refere, por seu lado, Lourenço Oliveira.